Não sei se será do destino, se será defeito, se será outra coisa qualquer, mas invariavelmente dou por mim a gostar de pessoas que, quase sempre, estão distantes.
Desde pequeno, sempre convivi com as separações: a família, além de pequena, sempre esteve repartida por aqui e ali, muitas vezes a mais de 300 quilómetros. Posso dizer que ao longo da minha vida já devo ter mudado de local de vida (num sentido lato, em termos de distância) umas boas cinco vezes.
Talvez este facto tenha contribuído para a formação da minha personalidade e esteja agora a influenciar as minhas escolhas. Ao longo dos meus 29 anos, posso dizer que gostei a sério de duas/três pessoas.
Sim, o número não é inteiro por culpa minha que, a uma determinada altura, não soube decidir se aquilo que sentia era ou não paixão, mas acreditem que isso me serviu de lição
(hoje em dia acho que não é bem assim, mas os caranguejos gostam de arcar com sentimentos de culpa).
Anyway: it happened again... ou seja, aqui dou eu por mim uma vez mais a gostar de uma pessoa que está longe 300 quilómetros (às vezes penso que é igualmente por uma questão de resguardo). Não sei se, para já, a correspondência é mútua, mas não vou criar expectativas
(promessas, diz a moral ao ouvido).
Acho notáveis e dou muito apreço às situações do Speedy, do Pinguim e do Psimentos – bloggers que acompanho diariamente –, que são uma prova inspiradora de que a distância não é mais do que uma questão de quilómetros desenhados no mapa. Mas tenho medo que quem está do outro lado da barricada não o compreenda, como já aconteceu uma vez.
Sou capaz de acreditar de que as distâncias são ultrapassáveis. Mas ainda é tudo tão prematuro. E não gosto nada de me sentir como um adolescente. Mas sempre soube que cresci depressa de mais.