Já esta! Agora que passaram alguns dias desde que completei 30 anos, as coisas estão um pouco mais calmas. Em vários sentidos.
Primeiro, porque continuo vivo! (Smile) Segundo, porque ponho termo a um processo de habituação que já se arrastava há vários meses. Sim, é verdade: muito antes de a data chegar no calendário, houve um processo de maturação e de quase auto-tortura individual.
E confesso que, à meia-noite do dia de aniversário (véspera, por assim dizer), comecei a sentir um ligeiro nervosismo. Quando acordei, de manhã, as coisas dissiparam-se mais e foi como uma (fatalidade?) que tinha de marcar presença.
Estranhamente, estive calmo durante o resto do dia. Soube-me bem receber alguns telefonemas (alguns que queria não recebi), apesar de continuar sonoramente a dizer que não gosto de fazer anos. Nestas coisas, o meu tio é muito matutino e ainda eu estava a dormir, telefonou logo. Mas até achei piada: não é defeito, é feitio.
Como conforto, e porque a maioria dos meus amigos são mais velhos do que eu (outra coisa para repensar porquê, agora do alto dos meus trinta), houve algum amparo (risos) e quase consulta psicológica. Sim, eles também superaram o abismo da casa três! (mais risos).
Não quis festas nem celebrações. Apenas um tímido jantar familiar e um bolo de chocolate, como já vem sendo tradição. E claro, espumante «Asti» (muito melhor que champanhe caro).
Agora, estou uns dias de férias, embora com sabor amargo. Sei que o trabalho que tenho não vai durar muito mais tempo e é tempo de antecipar cenários. Não fosse o contexto actual, e diria que a mudança poderia ser um bom sintoma de renovação. Mas o facto de estar há vários anos a trabalhar no mesmo sítio pode ter surtido efeitos de cristalização que não são os mais adequados.
Regressando aos 30... Acho que estou mais ponderado. Vejo coisas que escrevi e decisões que tomei há uns anos atrás e que já não me revejo nelas. Não as vou renegar, porque isso seria não evoluir. E se elas não tivessem existido, não teria percebido a necessidade de mudança.
E assim termino este texto que andava há muito tempo para ser escrito.
A quem me costumava ler e a quem estava habituado a ver um outro comentário meu, peço desculpa pela ausência «sabática». Agora, estou de volta. Há um ou outro post em que não cheguei a responder aos comentários, mas acho que agora já será um pouco fora do contexto. Espero ficar perdoado.
Até já.