quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Estamos F******* (tramados)


Sempre me lembro de ter ouvido as minhas avós dizer coisas como «no nosso tempo havia muita fome e só bebíamos leite quando alguém estava doente porque não dava para mais» e outras coisas do género que, em pleno século XXI, nos parecem longínquas.

Da mesma maneira que sempre pensei que, até aos tinta anos, conseguiria ter a minha vida organizada, ter a minha casa própria, and so on (sonhar ainda não se paga, por enquanto).

Eis hoje que fico a saber que vou ainda ficar mais pobre. Não que receba ordenado do Estado, que isso não aconteceu, mas que vou perder ainda mais poder de compra, enfrentar mais austeridade, etc.

Sinceramente, como posso fazer planos de futuro – pelo menos em tempos materiais – com perspectivas destas. Tirei uma licenciatura e uma pós-graduação, trabalho desde os 22 anos, estive vários anos a recibos verdes e hoje, aos 29, ainda dependo da minha mãe para não ter de optar entre ter de comprar comida ou ter roupa para vestir.

Sim, sei que o texto está negativo e tal, mas ouvia hoje na Antena 1, quando vinha para casa, que, numa economia aberta, era melhor que as pessoas se fossem habituando, porque «nada voltaria a ser como dantes».

Lembram-se de quando o IVA, aqui há uns dois anos, baixou de 21 para 20, porque já era, alegadamente, possível ter alguma folga orçamental. Lembram-se de os preços terem baixado nessa ocasião? Pois, eu também não… Acham que, agora anunciado que está o aumento do IVA para 23 por cento, que os preços mais algum dia mais irão descer? Creio que também já sabem a minha resposta…

Depois de feitos os cortes a uma série de subsídios, acham que mais alguma vez vão voltar a ter os montantes que tinham? Claro que não (atenção que não defendo a subsiodependência, mas apenas o que é justo)! Poder-se-á dizer «ah, e tal, agora vamos finalmente aprender a viver com menos e vai servir de exemplo para o futuro». Não creio.

P: Já agora, só mais uma coincidenciazinha: já viram quando é que este novo pacote de medidas foi aprovado?!

R: Dias depois de o Presidente da República, constitucionalmente, já não poder dissolver nenhum Governo.

Acho que vou começar a pensar em emigrar. Aliás, acho que estamos a regressar ao passado. Só espero não chegar ao extremo das avós.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Quem manda?



Mais aqui.

sábado, 25 de setembro de 2010

Texturas


– És complicado! –, ouvi do outro lado da linha!
– Prefiro outra descrição, gosto mais que me observes como uma pessoa densa… –, retorqui.
– Por que não pode ser tudo mais simples? –, continuaste.
– Preciso de um certo abismo controlado para estar equilibrado.
– Isso não é destrutivo?
– Bem pelo contrário.
Fez-se um silêncio prolongado (…).

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Afinal havia outro

Depois da versão original publicada pelo Zoninho e do remake já mostrado pelo X, parece que agora há mais um candidato a Ministro(a) da (des)Educação! Mas lá que o puto apanhou a caricatura, não há dúvida!




Para comparação, a versão original (onde curiosamente os comentários foram desactivados):

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sintomas de mudança II

Mas o melhor é passar a gostar de coisas que até há pouco tempo me passavam completamente ao lado ou que não tinha força de vontade para reconhecer que as apreciava.

sábado, 18 de setembro de 2010

Sintomas de mudança

Um dos sintomas que mais me dá o alarme de que mudei é quando revejo um filme, série ou música que gostei em tempos e que agora, perante os mesmos, apenas tenho vontade de procurar o botão do off.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Contas à vida

Ou sou eu que estou a ficar demasiado pobre, ou então foram as coisas do Ikea que subiram demasiado os preços! Mais de 300 euros por um armário vulgar e ainda ter de o carregar e montar?! Não me parece...

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Para fechar a semana com fantasia

Há que tempos não via isto. Ok, devo parecer um puto de cinco anos! Por norma, nem sequer vou ver filmes de animação ao cinema, mas há dois ou três desenhos animados e um ou outro filme que nunca mais me vou esquecer. Para quem acredita em príncipes e princesas (TOLOS!), aqui vai um apontamento para fechar a semana. Ah, e sim, a maior parte do meu imaginário dos desenhos animados está dobrado em brasileiro.


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Updating my ideas

..........25%
....................75%
..............................100%

(Concluído, mas com alguns erros.)

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Espelho da alma e outras coisas mais

Não gosto de me sentir a prazo, de ter a sensação de um futuro a prazo, seja em termos de trabalho, de sentimentos ou de acções. Como caranguejo que sou, preciso de saber o que vou fazer amanhã, preciso de agendas e de bilhetinhos com listas imensas de coisas para cumprir (mesmo que saiba que não são exequíveis num só dia e por vezes nem sequer numa semana).

A metáfora talvez não seja das melhores, mas é como me sinto ao tirar uma fotografia. Antevejo que aquela imagem vai ser a prazo. Não porque não possa perdurar no tempo, mas simplesmente porque sei que não me vou rever na imagem daqui a um ano.

Há quem adore recordar imagens e fotografias. A mim causa-me sobretudo angústia ver instantes do passado impressos no papel ou reflectidos no ecrã. Ou porque já não me revejo daquela maneira, ou porque vejo o semblante de algo que poderia ter sido ou feito de outra forma.

O mais estranho disto tudo é que, não raras vezes, é na fotografia (do presente/mais actual) que me reconheço e olho para o meu interior. Mais do que no reflexo do espelho.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Momento áureo do meu dia

Talvez seja da luz de Setembro, talvez seja por ser segunda-feira, talvez seja devido ao facto de os dias estarem mais pequenos, mas a verdade é que hoje tive dores de cabeça durante dez horas. O momento áureo? Foi tomar um belo de um Nimed, depois do jantar. Mas mesmo assim ainda está por aqui uma certa moinha.

Apesar de tudo, apostaria mais na primeira opção. Esta fase de transição custa-me um pouco a enfrentar. Não desgosto do Outono pleno, mas torço o nariz a estas primeiras mudanças, aos tons de tarde demasiado ocres. Apesar disso, tenho de admitir que hoje, por volta das oito horas, estavam umas tonalidades no céu como não se via há muito tempo.

domingo, 5 de setembro de 2010

Pelourinho: errei sim

Escrevia no post anterior (já corrigido): «Isto vem a atalho (sic) de foice». Fiquei a remoer naquilo durante a tarde e hoje fui confirmar. Era asneira, claro. Mas fico contente por saber que aquilo não me soou como devia de ser. Eis a explicação e a sua fonte.

Macicez/talho de foice

[Pergunta] Li há dias, num jornal de Lisboa, alguém a escrever "massividade". Como ele também escrevia "'talhe' de foice", em vez de "talho de foice", fiquei duplamente desconfiado. Querem fazer o favor de me esclarecer.

Obrigado.

António Sousa :: :: Lisboa, Portugal

[Resposta] Tem razão. «Massividade» (de «massiv(o)» + -idade) não existe. Talvez esse «alguém» quisesse escrever macicez - qualidade do que é maciço. A expressão é, como referiu, vir a talho de foice, que significa «vir a propósito».

C.M. :: 05/03/1999

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

É Setembro, mas é ainda tempo de sun

Isto vem a talho de foice, mas é um bom argumento para partilhar a minha mais recente descoberta. I love it!

Caribou: Sun



sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun sun

Senilidade, pressão internacional ou ternura da idade?

Fidel Castro lamenta homofobia do regime cubano

O antigo Presidente de Cuba, Fidel Castro, pediu desculpa pelo comportamento homofóbico do regime comunista, que há meio século enviou centenas de homossexuais para campos de trabalho forçado sob a acusação de serem contra-revolucionários. “Foram momentos de grande injustiça, e se alguém é responsável, sou eu”, confessou Fidel, numa entrevista ao jornal mexicano La Jornada.

Pela primeira vez, Fidel admitiu que, tal como as mulheres e os negros, os homossexuais foram marginalizados e perseguidos pelas autoridades, depois da revolução de 1959. Durante as décadas de 60 e 70, centenas de pessoas foram despedidas, forçadas ao exílio e enviadas para campos de reeducação – as chamadas Unidades Militares de Ajuda à Produção – por causa da sua orientação sexual.

“Nesses tempos, não me podia ocupar desse assunto. Tínhamos tantos problemas de vida ou de morte que não prestámos atenção”, justificou o antigo guerrilheiro, acrescentando que depois da revolução estava mais preocupado com “a guerra com os ianques” e os “planos de atentado contra a minha pessoa” do que com a repressão dos homossexuais.

Passados mais de 50 anos, Fidel disse que “queria delimitar a sua responsabilidade” na discriminação sofrida pelos gays, “até porque pessoalmente não tenho esse tipo de preconceito”, esclareceu. No entanto, e como revelou uma pesquisa nos arquivos dos discursos do “Comandante”, Castro usou várias vezes palavras depreciativas para referir-se aos homossexuais. “A nossa sociedade não pode dar cabimento a essas degenerações”, declarou em 1963.

Outra vez, Fidel especulou sobre as origens da homossexualidade: “Eu, que não sou cientista, sempre observei uma coisa: o campo não gera esse subproduto. Estou convencido de que esse problema tem tudo a ver com um ambiente de indolência”.

A homossexualidade foi descriminalizada em Cuba em 1979, mas, segundo denunciou a confederação espanhola LGBT Colegas, a homofobia ainda está latente naquele país. “A polícia ainda reprime duramente os homossexuais nos seus lugares de encontro, como parques, praias, cinemas ou festas, e continua a encarcerá-los. E também persegue as organizações e activistas independentes, como a Fundação Reinaldo Arenas, que não é controlada pelo Cenesex”, acusou o porta-voz da Colegas, Paco Ramírez, referindo-se ao Centro Nacional de Educação Sexual, dirigido pela filha do Presidente Raul Castro.

De acordo com números coligidos por aquela fundação, mais de 5000 jovens gays cubanos foram detidos ou multados pela polícia e cerca de 600 homossexuais seropositivos foram condenados à prisão por “perigo social”.

Fonte: Público