sexta-feira, 25 de setembro de 2009

É por isto que Portugal é um país «piqueno»


Só para encerrar o capítulo eleitoral, a única coisa que tenho a dizer desta campanha é que foi «decepcionante».

Por força da Internet e da massiva cobertura mediática quase sem precedentes, acompanhei quase tudo e, além de argumentos vazios entre os candidatos – leia-se acusações – pouco mais ficou.

Uma das coisas boas desta super cobertura foi talvez o facto de pôr a nu o vazio de ideias existentes, sobretudo dos dois grandes partidos, que se entretiveram a digladiar-se entre si.

Depois vieram os casos e tudo se perdeu na espuma.

Falar do que se quer fazer com os escravos dos recibos verdes não se falou (sim, porque vão passar a receber menos do que o salário mínimo quando este chegar aos 500 euros, mas a pagar impostos na Segurança Social equivalentes); também não se ouviu falar do problema dos recém-licenciados, nem sequer do que se vai fazer em relação ao alargamento (ou não) do subsídio de desemprego.

Sobre a avaliação dos professores, ninguém escreveu preto no branco o que vai fazer depois de domingo, sobre a saúde até se teve medo de escrever as palavras SNS nos documentos eleitorais e sobre o que se vai fazer ao IVA e aos impostos só Deus sabe.

Depois, também não se sabe o que vai ser da tributação automóvel, nem como se vai enfrentar a crise do imobiliário ou aliviar as taxas de IMI, IMT, IRS, etc. Falou-se em PME, mas não se apontou nem um pacote de medidas.

E a lista poderia continuar.

Depois, e como já referido e comentado aqui, vieram as campanhas totalitárias e assustadoras dos pequenos partidos radicais. Não sou contra elas, mas exige-se, pelo menos, algo de seriedade.

Curiosamente, é também no carro que tenho ouvido a maior parte da campanha das legislativas. Na TV não tenho paciência para os tempos de antena, mas tenho devorado telejornais e debates.

A única coisa que posso dizer é que fiquei preocupado com a quantidade de pequenos partidos cheios de ideias xenófobas e que poderiam muito bem adaptar-se às ideologias totalitárias das décadas de 50...

Depois é ainda um pouco assustador ver como partidos e movimentos fundados aquando do referendo sobre o aborto ainda continuam a insistir nas mesmas ideias como se nada tivesse sido legislado.

Posto tudo isto, que cada um decida bem e sobretudo não fique em casa a gabar-se de que foi um dos abstencionistas.

Eu vou votar, não prometo é que depois não vá emigrar.

1 comentário:

  1. O mais importante realmente é votar...Como? Isso fica à consideração de cada um...
    Abraço.

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