quarta-feira, 9 de março de 2011

Fazer ou não história?

Quase sempre a história passa-nos diante dos olhos, mas a voracidade do tempo impede-nos de raciocinar, equacionar as coisas, ponderar. As revoluções na Tunísia, Egipto e Líbia são disso exemplo. Está a fazer-se história nos telejornais e em directo.

O mesmo se passa em Portugal. Aquilo que se tomou como uma música – neste caso dos Deolinda – já ultrapassou fronteiras e estou deveras curioso em saber o que se vai passar no sábado.

Pelo menos, acho que terei interesse em sentir o pulsar da rua. Se a isso se chamar fazer parte da manifestação, tudo bem.

Li, recentemente, que estão a apelar às pessoas para que levem uma folha de papel para que nela se inscrevam os motivos que a levaram à manifestação, caso participem. Acho bem, porque exercer cidadania deve ser uma coisa séria e ponderada.

Não vale a pena ir gritar, beber umas cervejas pela Avenida da Liberdade abaixo, fumar uns cigarros e vir para casa como se o mundo tivesse mudado. Não muda, nem no dia seguinte vai haver mais emprego.

Agora, se se for de um modo consciente, com uma causa definida, sabendo o porquê de se estar lá, isso é totalmente diferente. A semente fica lá. E isso é ser cidadão.


BTW: Apesar das convulsões ligadas ao discurso de Cavaco Silva, é de se tirar o chapéu quando ele citou que os cargos públicos deveriam começar a ser baseados no mérito e não na filiação partidária.

5 comentários:

  1. Anda, anda! Eu vou estar lá, vamos os dois :p

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  2. eu já pensei ir por solidariedade. embora não ganhe por ali além, sou dos poucos que nunca fui precário

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  3. Sobre a manifestação, já falei até de mais.
    Quanto ao discurso do Cavaco, tirando uma coisa ou outra é um discurso perfeitamente partidário e potencialmente perigoso.
    Devia lembrar-se que ocupa o cargo há 5 anos e principalmente que o descalabro da economia portuguesa começou quando ele era Primeiro Ministro.
    Que autoridade tem ele para condenar o TGV (sei que não é prioritário), se gastou milhões e milhões no CCB?

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  4. Relativamente á manifestação, não devo participar. Não o faço porque seria algo hipócrita da minha parte (só se fosse por solidariedade!), uma vez que não me posso queixar daquilo que a vida já me deu. Nunca sofri com a precaridade e, podendo ganhar mais como é normal, não me queixo do que tenho.
    Mas compreendo quem vai e apoio quem luta por melhor vida!

    Abraço,
    Ikki

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  5. @Little Tiago Boy: pode ser que nos encontremos! :)

    @Speedy: eu já fui precário durante uns anos. Sei o que são os recibos verdes.

    @Pinguim: Tens razão. E, como sempre, admiro a ponderação e frontalidade das tuas observações. Falar demasiado? Não me parece! Haja troca de ideias!

    @Ikki: acho que devemos pensar em colectivo e não apenas no bem estar individual. Mas percebo o que queres dizer.

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