domingo, 30 de maio de 2010

Se casarem, não mudem de personalidade, por favor

Quando o filme «O sexo e a cidade» esteve no cinema, não fui ver. Achei a coisa demasiado «rosa» para gastar esse dinheiro num bilhete e acabei sempre por ver outras coisas que estavam em cartaz.

Hoje, o filme deu na TVI, à tarde, e enquanto trabalhava frente ao computador (sim, porque isto de ser feriado na quinta-feira tem que se lhe diga e obriga-me a trabalhar por antecipação), acabei por dedicar mais atenção ao dito cujo do que as obrigações que tinha à minha frente.

Isto tudo para ir parar ao tema que me interessava: o casamento, que é, aliás, a locomotiva de toda a historia do filme. Nunca percebi porque é que as pessoas quando estão à beira dos 30 entendem que têm de casar fazer disso uma obrigação. «Porque depois é tarde de mais», é o argumento que mais utilizam. O que, obviamente, não me convence: há quem case aos 70.

Muitos dos meus melhores amigos e amigas - não são assim tantos como isso - já caíram na «tentação» e ei-los agora casados e com filhos nas mãos. Se isso lhes aumentou a felicidade? Eles dizem que sim, mas eu não leio isso no brilho dos olhos deles.

Inevitavelmente, as conversas giram agora à volta de fraldas e infantários. Nessas alturas, deixo de ter assunto de conversa e apetece-me começar a falar do tempo. Não são mais as pessoas criativas que eu conheci na universidade e isso dá-me saudades de ter essas mesmas pessoas de volta.

8 comentários:

  1. Percebo o que dizes. É uma suposta imposição familiar ou pela sociedade, que nos dita o que temos de alcançar e em que idade o fazer. A conversa, indubitavelmente muda, e centra-se na vida de casado, das crianças e do rol infantil.

    Pelo título do post, pensei que fosses falar sobre outra coisa: Em pessoas que assim que estão numa relação se modificam à imagem do parceiro e tornam-se enjoativamente cópias do outro.

    Em qualquer dos casos, "two becomes one" não é apelativo.

    Abraço.

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  2. Consigo ter amigos (poucos) que mantêm interesses e continuam, depois de terem sido pais, tão brilhantes como eram. Muitas pessoas acabam por aproveitar os filhos como bode expiatório para a sedentarização (mesmo que não seja um processo consciente).

    O casamento pode ser uma coisa soberba. Depende de quem o "maneja". Conheço dois casais que até vontade de casar só de vonviver com eles.

    É um daqueles casos em que são dois, mas juntos são mais :-)

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  3. @Pedro: É imposição se as pessoas não conseguirem contrariar esses imperativos «morais». Mas ainda bem que lançaste essa das «cópias enjoativas». Não tenho muita paciência para aqueles casais que se trocam por fofinho para cá e para lá. Normalmente, esses casamentos também não ultrapassam a barreira dos cinco anos. Mas isto já é pura má língua! :)

    Um abraço.

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  4. @Silvestre: Na maioria dos casos, percebo que os filhos ocupem tempo e não posso censurar esse facto. São escolhas. Mas há quem leve isso demasiado a sério e, pura e simplesmente, se desligue de tudo o que está à volta. São esses os tais casos que me entristecem.

    Mas fico contente por saber que existem esses tais casais maravilha (raros, decerto). :) Infelizmente, eu conheço mais situações de insucesso, que acabaram por terminar no divórcio.

    Um abraço.

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  5. Primeiro - o filme é bom. :D Só tive pena que tivesse final feliz. A cena da Carrie a dar com o ramo de flores no Big no meio da rua, resume a relação deles na série toda... E é linda!
    De resto percebo-te perfeitamente... e o pior no "dois são um" é que como tu não és um, ou melhor, és um mas que não são dois, és quase tratado como "diferente"... porque não tens coisas para partilhar, sobre fraldas, infantários, almoço que se tem de preparar, quem vai buscar as crianças, qual dos dois trabalha mais... E ainda tens que ouvir coisas do género: "O que queres comer, amor?" e o outro responde "O que tu quiseres, docinho." ... e passam horas nisto e ninguém almoça!

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  6. O casamento não me interessa para nada e considero-o, na grande maioria dos casos, um imperativo social.
    As pessoas têm é que se amar, mais nada!!!!

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  7. iLoveMyShoes: Se eu ouvir essa do «amor» e do «docinho» quando estiver à mesa, acho que tenho de inventar qualquer coisa para me levantar, ou correrei sérios riscos de me tornar anti-social por breves momentos! :)

    Ah: e que dizer dos casais que têm rebentos e que se acabam por juntar do mesmo lado da mesa a falar de papas?! Mesmo que tivesse filhos, preferiria falar de tudo menos disso. Até do tempo!

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  8. Pinguim: nem mais! Quem casa só porque tem vergonha ou não tem coragem para enfrentar os preconceitos da sociedade (simplesmente pelo facto de estar junto a alguém), não merece grandes aplausos. Acho que uma união de facto pode ser das maiores provas de amor: sem talões, nem complicações...

    Abraço.

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