sexta-feira, 11 de junho de 2010

Aparentemente...

Indecisão. Ou vontade de a contrariar. É por isso que gostava de ter toda a retórica das personagens de uma qualquer série Norte-americana, onde os protagonistas sabem sempre o que dizer na hora e momento certos, com o mínimo de consequências possíveis (ou quando elas existem são sempre enquadradas e/ou minimizadas).

Bem sei que tudo aquilo é ficção, que os textos são trabalhados até à exaustão, mas mesmo que fizesse isso como trabalho de casa, antevendo cenários, nunca teria o mesmo efeito na vida real.

É claro que ao longo do dia temos de desempenhar vários papéis: faz parte da sobrevivência. Aparentar o máximo de segurança no trabalho, mostrar o máximo de competência, desligar parte dessa rigidez quando se entra nos círculos mais familiares, and so on.

Mas os meus valores estão dos dois lados da barricada. Não há uma pessoa «A» e uma pessoa «B» em cada um dos lados do cenário. Quanto muito, há registos diferentes.

Não estou a dizer que sou o modelo ideal: longe disso. Tenho defeitos. E muitos, provavelmente, nem eu me apercebo deles. Mas… lá está: há quem leve os tais diálogos (trabalhados) das séries demasiado a peito. As consequências? Acho que cada um as enfrenta diariamente.

9 comentários:

  1. Por momentos senti-me no rush de um episódio do Brothers and Sister.

    Não há de facto maneira de antecipar com precisão os cenários. Julguei ter desenvolvido essa "arte" mas a realidade apresentou-me sempre um cenário remoto que não havia contemplado. Aí desisti. O segredo? Improviso. Improviso contextual. Comigo resulta muito bem.

    (Rediges bem.Gosto!)

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  2. Pedro: é mesmo esse que citas o problema de preparar (demasiadamente) respostas. Quando todos os cenários que se idealizaram ficam esgotados, deixa-se de ter fluidez, ou o que se diz daí para a frente fica meio atabalhoado...

    Quem diz um Brothers and Sisters, diz uma Anatomia de Grey. Lembro-me do caso da pediatra, desta última série, que imagina todos os cenários, mas na hora «h» as coisas não lhe fluem...

    Quanto à redacção: danke! Tu sabes que também és bom orador! :P

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  3. Nicht zu danken:p Sei? Bem, sei agora. Obrigado.

    É isso mesmo. Fica meio atabalhoado porque estás a sair for do script, e já não sabes quais são as tuas "falas". Daí a minha sugestão do improviso contextual, e assim já não "sofrias" por antecipação.

    Mas claro, falar é fácil :S

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  4. Essa do sofrer por antecipação dava uma tese com, pelo menos, três tomos e alguns volumes. :)

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  5. :( Junta-lhe uns anexos, uma errata e tens uma tese de mestrado! A vida é uma escola terrível, não é?

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  6. Muito bom pensamento.
    Estou viciada na tua escrita. :)

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  7. YeuxdeFemme: Obrigado! Já tenho uma fã! LOL

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